Vacinas

Uma viagem não começa apenas quando você coloca o pé na estrada, mas para mim, inicia quando eu sonho com o lugar que quero ir. É importante que o viajante se planeje antes de chegar ao seu destino, prevenir futuras dificuldades que podem vir a ser enfrentadas, pode ser o diferencial da sua alegria. Por isso, recomendo que leia bastante sobre o seu destino, se informe sobre o que pode vir a ser um obstáculo para você.

Hoje, de fato, sete meses antes da data que previmos para começar nossa aventura, iniciamos os preparativos concretos (vamos excetuar a piração dos roteiros, relaxei mais agora, decidimos fazer uma viagem mais solta)… começamos as doses das vacinas. Como pretendemos ir para o Sudeste Asiático (um blog bacana sobre: http://www.travelfish.org/)  e muitos outros países, há uma lista considerável de vacinas a serem tomadas. Prepare-se pelo menos com seis meses de antecedência, pois há vacinas como a da Hepatite B (3 doses) que precisam de seis meses de intervalo entre a primeira e a última dose.

Para quase todos os países que pretendemos visitar, exige-se a vacina contra a Febre Amarela e seu certificado internacional (emitido nos postos de portos, aeroportos e fronteiras da Anvisa. Para agilizar a emissão do CIV – Certificado internacional de Vacinação, faça o cadastro on line aqui. Hoje cerca de 16 países exigem essa vacina. Leia mais aqui.

Fomos ao Núcleo de Medicina do Viajante do Hospital Emílio Ribas. Primeiramente, você deve mandar um e-mail para agendar sua consulta com o médico, o qual foi muitíssimo atencioso e nos explicou tudo que deveríamos fazer, bem como, cuidados especiais, principalmente, com a água. É bem importante que você leve, se tiver, a sua carteirinha de vacinação… é, aquela mesmo de quando você era bebê. Há vacinas, como a contra poliomielite, que se você tomou quando criança, todas as 3 doses e mais o reforço, não vai ser necessário tomar novamente, pois você já é imunizado. Há vacinas que também não estão disponíveis na rede pública (SUS), ou seja, você vai morrer com uma graninha mesmo… e há outras que nem no Brasil estão disponíveis, segundo o médico, como a vacina para Encefalite Japonesa… ainda vou me informar aonde poderemos tomar esta vacina e o custo, creio que nos EUA, pois nossa primeira parada será por lá, depois posto por aqui. Sei que por baixo, temos que tomar uns 15 tipos de vacinas ( hepatite A, hepatite B, febres tifóide, Tripla viral e difteria-tétano, meningite meningocócica A+C o A-C-Y-W135, poliomielite, encefalite japonesa, encefalite primavero-estival, febre amarela, cólera e raiva). Mas, vale verificar seu destino, para cada lugar há uma recomendação específica. Essas que citei, são recomendadas para nossa volta ao mundo.

Tomamos a primeira dose da vacina conta Tétano ( 03 doses,segure-se, dói pra caramba!) e a dose contra raiva. É de extrema importância que você se previna, não só porque algumas doenças, uma vez contraída, não tem cura ( e você não deve querer morrer literalmente na praia…), como a raiva, mas também porque vai estragar seu passeio, nos casos das curáveis (não dá pra viajar pro outro lado do mundo e ficar fora de combate…) como no caso de uma gripe… vamos tomar vacinas pessoal!
O Brasil é bem imunizado contra várias doenças, praticamente, erradicadas algumas, como a poliomielite e o sarampo. Há muitos países que não fazem campanhas de vacinação, pasmem: a Suiça (que eu, particularmente, adoro). Li, certa vez, não me recordo em qual blog, que as mães precisam “querer” que seu filho seja vacinado, não é algo estimulado e incentivado como aqui no nosso país. Um ponto para o Brasil.
Grata surpresa existir esse núcleo de orientação para viajantes, pessoas que como eu e você, gostamos de ir mundo afora. Corredores limpos e tudo muito bem organizado (existe desde 2000), me deixou feliz por um momento saber que a carga famigerada de impostos, ao menos me deu um benefício. Juro que foi melhor que meu último uso do convênio.
Fomos orientadas a tomar apenas água mineral, até para escovar os dentes, e dar preferência a água gaseificada, pois essa é mais difícil de ser falsificada e tem PH ácido, o que impede a multiplicação de bactérias. Se for cozinhar, consumir legumes e folhas, ferver a água até a ebulição e só assim, lavar e cozinhar. Preferência por alimentos fritos e muito bem cozidos (se você for estilo Bianca, vai comer aquele milho cozido com grãos enormes no caminho entre Cuzco e MachuPichu. Mas, se você for como eu, vai lembrar que pode contrair Cólera e não vai comer, isso é o certo, pois não se sabe como a indígena cozinhou aquele milho. Não queira apostar na sorte, a Bianca passou na fila da sorte mil vezes antes de mim e de você). Leve barrinhas de cereais e biscoitos, caso vá para algum lugar que seja duvidosa a procedência do alimento. Só sei que água benta não faz mal a ninguém e eu vou seguir esses conselhos, prudência nunca é demais quando se trata da minha vida, eu como sou da área de saúde, já sou meio desconfiada de muita coisa e vou me prevenir, com toda certeza. Sucos de frutas naturais, nem em pensamento. Gelo também não é aconselhável.
E não vá comer nada cru, tipo um sashimi na índia, eu acho que podemos encomendar a morte primeiro…srsrsr… e entregar a alma a Deus em seguida.
Ainda vou me informar sobre a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) e pela gripe aviária causada pelo HSNI, pois é bem comum na Ásia. O médico do núcleo não me alertou sobre isso, mas eu sou ligeira com relação a me prevenir. E a Bianca vai na minha cola (às vezes).

Mosquitos

Contra a Febre Amarela, como já falei acima, há uma vacina eficaz (uma dose, válida por 10 anos, já tomamos há dois anos, quando fomos ao Peru ).  Mas, já contra a dengue e a Malária não há (existe um medicamento preventivo, mas que não é 100% eficaz. Deve-se tomar dois dias antes de se chegar numa área endêmica, mas o que é distribuído no Brasil, causa reações bem desagradáveis, como vômitos. E precisa continuar tomando essa medicação por 30 dias!). O negócio é você tomar precauções contra os mosquitos. Não se perfume, os mosquitos adoram cheiros e roupas coloridas podem atraí-los mais ainda, ou seja, mantenha-se “low profile”, vista-se com roupas mais cobertas possíveis (estou me imaginando vestida de múmia na Tailândia, no calor de rachar a moleira…).
Use repelente, o único mais eficaz aqui no Brasil a venda é o Exposis ( precisa ter Di-Etil Etil Toluamida (Deet) na concentração de 35% , esse dado é apenas para esclarecimento, pois, em tal proporção, o repelente é eficaz durante quatro horas, enquanto os mais comuns à venda protegem apenas durante a primeira meia hora) você pode encontrá-lo nas casas especializadas em artigos esportivos. É necessário que o repelente seja passado por último, se você usar um protetor solar, tem que aplicar o repelente depois do protetor solar (novamente me imaginando dura, cheia de camadas melequentas de protetor + repelente, quem me conhece sabe o quanto eu me arrepio pra passar essas coisas, mas tudo por uma viagem SINAL VERDE!). Evitar sair ao amanhecer e ao entardecer, hora que os mosquitos estão cantando aquela música: cada vez eu quero maisssss. Deve-se borrifar o repelente atrás das orelhas e no pulso, nas roupas também ( para as roupas deve ter o princípio ativo da permetrina), uma verdadeira “alegria” para mim, ou seja, meus perfuminhos florais, jamais baby!
Sempre que possível, dormir com mosqueteiros. Já vi que vou ficar meio paranóica no Sudeste Asiático, a Bianca vai ficar feliz ao ler isso que acabei de escrever… srsrsrrsrs…

E se nada disso funcionar, contrataremos a World Nomades, pelo que li é uma empresa séria e bastante elogiada por quem precisou usar. Eu não ousaria fazer uma viagem longa como a nossa sem um excelente seguro saúde. Depois que contratarmos, posso fazer um post sobre os custos e o tipo de cobertura que contratamos. Preferimos não usar, mas jamais viaje sem um, os custos poderão ser muito grandes.

Se alguém quiser corrigir alguma informação ou acrescentar algo importante, por favor, deixe seu comentário. Posso incluí-lo aqui. Este é nosso primeiro post oficial, carimbando a abertura deste blog, que não tem a pretenção de ser nada, apenas registrar nossas experiências de viagens e compartilhá-las com quem tem as mesmas dúvidas que tivemos e ainda temos. Mas, fiquem a vontade para participar deste sonho conosco!

Mais informações:

Núcleo de Medicina do Viajante do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, tel. (11) 3896-1400, medviajante@emilioribas.sp.gov.br, em São Paulo, e/ou www.cives.urfg.br, no Rio de Janeiro.

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